Fumaça e fogo em números: gráficos e mapas mostram tamanho da crise ambiental no país

Em uma sequência com oito gráficos e mapas, o g1 mostra abaixo um retrato do atual momento das queimadas no Brasil. As linhas ou cores das ilustrações mostram a gravidade dos incêndios no país, que estão sendo investigados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Polícia Federal.

 

Na maioria dos casos, a fumaça que encobriu as cidades tem origem em queimadas em locais próximos. Há dias, um fluxo de ventos também tem transportado fuligem de incêndios florestais que acontecem em regiões mais distantes, como na Amazônia e no Pantanal.

 

O clima seco também tem dificultado a dissipação da fumaça e elevado o risco de incêndios em diversas regiões do país.

Somando tudo isso, estamos vendo:

 

focos de queimada inéditos em São Paulo para o mês de agosto;

a maior taxa em 13 anos para o mesmo mês em Minas Gerais;

um aumento de 260% em relação ao ano passado para agosto no Mato Grosso;

um aumento de 3.316% para todo o Pantanal no mesmo período;

mais da metade de todos os focos do ano para a Amazônia em agosto;

e o dobro para o Cerrado no mesmo mês quando comparado com 2023.

"A situação é grave, intensa e, infelizmente, generalizada. Já havíamos alertado sobre o elevado número de focos na Amazônia e no Pantanal. Este ano, estamos batendo recordes de incêndios na Amazônia. O Pantanal também teve um ano intenso, e agora o fogo está se espalhando para outras regiões", alerta Mariana Napolitano, diretora de Estratégia do WWF-Brasil.

Abaixo, além de mostrar os gráficos e mapas, especialistas e usou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para explicar o contexto de cada episódio de queimada em diferentes regiões do Brasil e discutir as perspectivas, que são preocupantes.

No estado de São Paulo, o número de focos de incêndios registrado em agosto de 2024 já é o maior desde o início da série histórica do Inpe, em 1998.

Neste mês, que ainda nem chegou ao fim, já foram contabilizados 3.483 focos pelo satélite de referência do instituto.

O resultado de tantos incêndios ficou evidente nas primeiras horas da manhã do último fim de semana, quando cidades inteiras ficaram encobertas por uma espessa nuvem de fumaça.

Em Itirapina, no Centro-Leste do estado, mais de dois mil hectares foram devastados pelas chamas. Em São Carlos, também na mesma região, cerca de 800 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, enquanto 700 estudantes foram retirados das escolas. Em Araraquara, um incêndio matou dez animais em uma criação de porcos. Plantações foram completamente destruídas em Dourado.

A intensidade e a frequência dos incêndios, inéditas na região, também levaram 48 cidades a declarar estado de alerta máximo.

 

"É impressionante o que está acontecendo em São Paulo. As estações secas estão mais severas devido às mudanças climáticas, o que intensifica os incêndios, mas essa alta quantidade de focos sugere a possibilidade de ação criminosa coordenada, embora isso ainda precise ser confirmado", explica Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e coordenadora de políticas públicas no Observatório do Clima.

"O Ibama e a Polícia Federal estão investigando, e eles têm tecnologia para identificar a origem e o período dos incêndios. Caso haja responsabilidade criminosa, os responsáveis poderão ser identificados e punidos", acrescenta.

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