TCE identifica desvio de R$ 1,4 milhão para pagamento de funcionários fantasmas na Compesa
Uma
auditoria especial, divulgada nesta quinta (27) pelo Tribunal de Contas do
Estado (TCE), apontou a existência de funcionários fantasmas na Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa). Segundo a instituição, foram desviados R$
1,4 milhão para pagamento de três pessoas que não tinham vínculo empregatício
com a empresa de capital misto com finalidade pública, entre os anos de 2021 e
2022.
O processo,
que teve como relator o conselheiro Valdecir Pascoal, foi julgado pelo TCE na
quarta (26). Na sessão, o tribunal determinou que a servidora Darília Oliveira
de Araújo, então supervisora de serviços da folha de pagamento da Compesa,
devolvesse aos cofres da companhia o valor desviado.
O relatório
da auditoria, foi assinado pelo conselheiro Valdecir Pascoal, do Tribunal de
Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). De acordo com o documento, a servidora
inseria dados falsos no sistema da empresa para desviar dinheiro.
Parte dos
recursos ficava com ela, enquanto o restante dos valores era repassado para
outras três pessoas. Ao todo, segundo o TCE-PE, foram realizados 80 créditos
bancários para os envolvidos.
Conforme o
relatório, a divisão dos recursos se dava da seguinte forma:
R$
205.043,31 ficaram com a servidora;
R$
501.139,15 foram repassados para Maria Helena de Fontes Neta;
R$
280.928,71 foram enviados a Ivania Regina Pereira de Souza;
R$
421.157,77 foram pagos a Haroldo Alves da Silva.
No total,
foram desviados R$ 1.408.259,63. Nenhum dos outros envolvidos, com exceção da
servidora, tinha vínculo com a Compesa, segundo o procurador Cristiano
Pimentel.
Além da
devolução dos recursos, o TCE aplicou uma multa no valor de R$ 27.549,00 contra
a servidora. Também foi declarada a inidoneidade (falta de capacidade) dela
para exercer cargos em comissão ou função de confiança e para fazer
contratações com a administração pública.
O processo
será encaminhado para o Ministério Público do Estado de Pernambuco e à Segunda
Delegacia de Combate à Corrupção do Estado de Pernambuco para que sejam
investigadas as questões criminais envolvidas no caso.
A defesa dos
envolvidos disse que todas as respostas relacionadas ao caso estão sendo
apresentadas nos âmbitos judicial e administrativo e que só vai se pronunciar
nos autos dos processos.
Por meio de
nota, a Compesa disse que identificou irregularidades na folha de pagamento no
início do primeiro semestre de 2022 e que, "imediatamente", instaurou
uma sindicância interna para apurar o fato, além de notificar a Polícia Civil
para "as devidas apurações".
A companhia
informou ainda que:
o processo
foi concluído em maio de 2022;
a
funcionária foi demitida por justa causa;
e ajuizou
uma ação para reparação aos cofres públicos.
O tribunal
decidiu ainda que a Compesa implemente melhorias no processo de gestão da folha
de pagamento em relação ao controle de acesso e alterações no sistema
informatizado do setor de Gestão de Pessoas da companhia.