Lula assina projeto de lei que garante piso da enfermagem
Depois de
sete meses de polêmica e protestos pelo País, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) assinou, nesta terça-feira (18), o PLN que garante o piso nacional
da enfermagem. Desta vez, a matéria abre previsão orçamentária para pagamento
do piso e vai passar por apreciação pela Câmara dos Deputados e pelo Senado,
numa sessão em conjunto das duas Casas. Somente em Pernambuco, medida pode
beneficiar mais de 130 mil profissionais.
Com o novo
piso, que deve ser aprovado, os enfermeiros vão receber, no mínimo, R$ 4.750. O
valor base para técnicos de enfermagem é de R$ 3.325 e o de auxiliares e
parteiras de R$ 2.375.
O texto a
ser enviado ao Congresso Nacional abre crédito especial no Orçamento da União
no valor de R$ 7,3 bilhões. O projeto destina recursos ao Ministério da Saúde
para o atendimento de despesas com pagamento.
“O piso da
enfermagem é uma das cobranças que mais ouvi desde a campanha. Hoje pude
assinar um projeto de lei de R$ 7,3 bilhões para o Ministério da Saúde, para
incluirmos no orçamento da pasta o pagamento do piso da categoria, valorizando
a enfermagem”, disse o presidente.
A lei que
fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de
enfermagem e parteiras em todo o Brasil havia sido sancionada pelo
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em agosto do ano passado. Contudo, em
setembro, foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de ação
direta de inconstitucionalidade movida por entidades ligadas a hospitais e a
estabelecimentos de serviços de saúde.
Naquela
época, o ministro Luís Barroso, do STF, alegou que, ao aprovar o piso, o
Congresso Nacional não tinha estabelecido de onde sairiam os recursos para
colocá-lo em prática. Em dezembro, houve outra movimentação e o Congresso
aprovou uma emenda à Constituição para definir os recursos durante o processo
de transição de governos.
Segundo
levantamento do Conselho Federal de Enfermagem, atualmente mais de 693,4 mil
enfermeiros atuam em todo o país (com 170,7 mil em exercício em São Paulo,
estado com maior número de trabalhadores). De acordo com o mesmo banco de
dados, o país conta com 450,9 mil auxiliares de enfermagem e mais de 1,66
milhão de técnicos de enfermagem, integrando cerca de 2,8 milhões de
profissionais em atuação, nas três funções em todo o país.
Em relação
às parteiras, estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem cerca de
60 mil em todo o Brasil, assistindo a 450 mil partos por ano, aproximadamente.
As parteiras são responsáveis por cerca de 20% dos nascimentos na área rural,
percentual que chega ao dobro nas regiões Norte e Nordeste.