Liderança estimulou usuários da Cracolândia a saírem juntos de praça

Os usuários de drogas que ocupavam a Praça Princesa Isabel, na região central de São Paulo, decidiram migrar para as proximidades da antiga Cracolândia depois da recomendação de uma espécie de liderança do grupo. Conforme apurou o Bom Dia São Paulo, essa liderança conversou com os dependentes e, aos poucos, eles desmontaram as barracas e fizeram o caminho de volta.

A polícia também que não houve nenhuma operação para retirar os usuários da Praça Princesa Isabel, e que o deslocamento foi espontâneo. Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Metropolitana (GCM) reforçaram a segurança na região no fim da noite desta quarta-feira (21), mas não houve nenhum tipo de confronto. Os trabalhos foram somente de monitoramento preventivo.

Os dependentes químicos agora voltaram a ocupar a Rua Helvétia, mas na esquina com a Alameda Cleveland e não mais no cruzamento da via com a Alameda Dino Bueno. O grupo se concentra em uma parte da Praça Júlio Prestes, em frente à estação homônima, da Linha 9-Diamante, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Os usuários de drogas deixaram a Praça Princesa Isabel praticamente juntos. Eles ocuparam o local por aproximadamente um mês e, depois da debandada, o que ficou para trás foi lixo. "Muito colchão, muito cobertor, muito lençol, caixa de papelão, sapato velho...", tentou elencar um gari que participou dos trabalhos de limpeza durante a madrugada.

'Fim da Cracolândia'

Há cerca um mês, prefeitura e governo estadual realizavam uma megaoperação para pôr fim à região conhecida como Cracolândia, no Centro da capital paulista. A ação policial começou logo pela manhã do dia 21 de maio e retirou usuários e traficantes de drogas do cruzamento entre a Rua Helvétia e a Alameda Dino Bueno. Eles saíram, mas não para muito longe.

Durante a ação policial das polícias Civil e Militar, armas, máquinas de cartão de crédito, celulares e pinos usados para embalar entorpecentes foram apreendidos. As forças policiais também prenderam suspeitos de vender drogas e outros que, de acordo com as investigações, faziam a “segurança” armada do tráfico.

Usuários, que, em tese, não seriam o foco da operação, saíram correndo em meio a bombas e disparos da polícia e se dispersaram pelo Centro. Na fuga, alguns aproveitaram para saquear comércios da região. Primeiramente, eles se espalharam por vias, como a Rua dos Gusmões e a Avenida Duque de Caxias. Depois, ocuparam a Praça Princesa Isabel.

Ao fim do trabalho policial, o prefeito João Doria chegou a dizer que, após mais de dez anos, a Cracolândia enfim havia acabado - ao menos “fisicamente”. Segundo ele, a partir de então, a região deveria ser chamada de Nova Luz. Os dependentes químicos, no entanto, passaram a se concentrar em grande número na Praça Princesa Isabel e até barracas voltaram a montar.

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