Sérgio Cabral será interrogado nesta quarta em processo da Operação Calicute

juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, ouvirá nesta quarta-feira (24) o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, atualmente preso. Ele será interrogado sobre acusações no âmbito da operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Nesta terça-feira (23), o magistrado aceitou nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador e outras nove pessoas. Eles são acusados de receber quase R$ 47 milhões de propina da Carioca Engenharia em troca de fraudes em licitações e superfaturamento de obras públicas. Com isso, Cabral virou réu pela 9ª vez. O ex-governador está preso desde novembro.

Presídio está pronto

Foram três meses e R$ 26 mil investidos. Finalmente, as obras no presídio que vai receber o ex-governador ficaram prontas. Famoso no passado pelas regalias aos presidiários, o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na Zona Norte do Rio, passou por reparos e o RJTV teve acesso com exclusividade às instalações.

As intervenções – como instalações de câmera, grades e pintura – levaram um mês a mais do que o tempo previsto. A ala que foi reformada irá receber os presos da Lava Jato com curso superior e também pra quem for por preso porque não paga pensão dos filhos. No passado, o espaço ficou marcado por ter instalações com ar-condicionado, festa de aniversário e celas com jeito de suíte.

R$ 520 milhões em propinas

Com base nas informações do Ministério Público, o RJTV somou os valores de toda a propina movimentada pela organização criminosa chefiada pelo ex-governador. Os valores chegam a mais de meio bilhão de reais: cerca de R$ 520 milhões.

O trabalho do MPF é resultado das investigações das Operações Calicute, Eficiência e Tolypeutes e das colaborações premiadas celebradas com executivos da empreiteira.

Os denunciados:

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (preso)

Wilson Carlos, ex-secretário de Governo (preso)

Hudson Braga, ex-secretário de Obras (preso)

Luiz Carlos Velloso, ex-subsecretário de Transportes (preso)

Heitor Lopes de Sousa Júnior, diretor da Rio Trilhos (preso)

Carlos Miranda, operador (preso)

Luiz Carlos Bezerra, operador (preso)

Wagner Jordão Garcia, operador (preso)

José Orlando Rabelo, operador (preso)

Ricardo Pernambuco, sócio da Carioca Engenharia (solto, após acordo de delação)

Os pagamentos – que somam quase R$ 47 milhões – foram comprovados por documentos apreendidos, como e-mails, quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos e registros de entrada no prédio da Carioca Engenharia.

Sérgio Cabral, Wilson Carlos, Hudson Braga, os quatro operadores do esquema de corrupção, além de Luiz Carlos Velloso e Heitor Lopes foram denunciados por corrupção passiva.

Luiz Carlos Velloso e Heitor Lopes também vão responder por organização criminosa. Os outros já respondem por esse crime, mas em outro processo.

Todos estão presos, menos o décimo denunciado, Ricardo Pernambuco, um dos donos da Carioca Engenharia, que assinou acordo de delação premiada. Ele foi denunciado pelos crimes de corrupção ativa e de pertencer à organização criminosa.

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