GP do Brasil expõe futuro difícil da Fórmula 1 e destaca "fator Galvão"
Dois lugares comuns se sobressaíram em especial durante a exibição do Grande Prêmio de Interlagos, a (até agora) tradicional etapa brasileira do Mundial deFórmula 1, neste domingo (13).
O primeiro é que a categoria está cada vez menos ousada. A questão da segurança não deve ficar em segundo plano, claro, mas há exagero de precaução, tirando a emoção característica que cativou fãs ao longo de décadas.
Esse conservadorismo exacerbado, com duas bandeiras vermelhas paralisando completamente a corrida diante de uma “simples” chuva forte, que passa longe de ser considerada um dilúvio paulistano, é um revés especialmente para as transmissões televisivas.
Para segurar vários minutos no ar sem a menor definição da sequência dos acontecimentos, é preciso muita competência e talento. E aí que entra outra máxima que não tem nenhuma novidade, mas merece o destaque.
Galvão Bueno e Reginaldo Leme são a cara da categoria no Brasil, possivelmente capazes de segurar a parcela mais fiel do público mesmo que o grid não conte com um representante nacional no próximo ano. A expertise de décadas faz a diferença, mesmo que outros narradores, como Luís Roberto e Sérgio Maurício, deem conta do recado quando acionados.
Isso ficou claro, por exemplo, com o acompanhamento de “uma das cenas mais comoventes da história da Fórmula 1”, como o próprio Galvão definiu a imagem de Felipe Massa sendo aplaudido após abandonar a prova, sua penúltima na F1. Por causa da chuvarada e das sucessivas paradas na prova, a “Temperatura Máxima” acabou cancelada pela Globo. A sessão, anunciada para entre a corrida e o “Domingão do Faustão”, acabou sem exibir o longa “Capitão América: o Primeiro Vingador”.
Para os telespectadores de parte do Norte do Brasil, porém, a grade não ficou assim. Não só houve filme para eles (no caso, “As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian”), como a exibição da atração cortou a transmissão da Fórmula 1, deixando os telespectadores sem poder conferir a premiação.