Mais de 65 horas após temporal, Grande SP ainda tem 400 mil imóveis sem energia no 3° dia do apagão, diz Enel

A concessionária Enel Distribuição SP informou que 400 mil imóveis de cidades da Grande São Paulo continuavam sem energia elétrica até as 14h desta segunda-feira (14), terceiro dia de apagão.

A falta de energia ocorre após um temporal ter atingido o estado de São Paulo na última sexta-feira (11). Segundo a Defesa Civil, sete pessoas morreram na Região Metropolitana e no interior do estado.

Segundo a empresa, cerca de 283 mil desses endereços sem luz estão na capital paulista, especialmente nos bairros Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo.

Além disso, Cotia segue com 31 mil clientes sem energia e Taboão da Serra com 32 mil impactados.

Conforme a Enel, em acordo feito com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a empresa cumprirá o prazo de três dias para restabelecer totalmente o fornecimento de energia a todos os clientes.

"Para atender casos críticos, a Enel disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares, por exemplo".

Força-tarefa

O ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira afirmou que outras concessionárias do país farão uma força-tarefa para que a Enel consiga restabelecer a energia elétrica para os milhares de imóveis da capital e Grande São Paulo que continuam sem luz nesta segunda (14).

"A sua força-tarefa extra, esse profissionais somados as suas distribuidoras, CPFL, Enel, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light, Energiza, que estão aqui hoje, nós estamos ampliando de 1.400 para 2900 profissionais, mais de 200 caminhões para apoiar essas equipes, fora os caminhões de própria Enel, mais de 50 equipamentos.

Durante coletiva em São Paulo, o ministro também criticou o fato de a empresa não dar previsão do restabelecimento de energia para todos os imóveis. Ressaltou que, com a força-tarefa, a empresa tem 3 dias para resolver os problemas mais graves.

"Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo de dar uma previsão objetiva. Eu disse pra ela que ela tem os próximos três dias pra resolver os problemas de maior volume".

O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, afirmou no sábado (12) que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.

Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade. Ele não deu prazo para a volta total da energia na área de concessão.

65 horas no escuro

O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19h30. Conforme o g1 publicou, moradores de várias cidades da Grande SP e de vários bairros da capital paulista narraram que estavam havia mais de 65 horas sem luz.

Eles relataram muitas dificuldades para falar com a Enel para abrir chamado e ter uma previsão de restabelecimento da energia elétrica.

O presidente da empresa afirmou que a central telefônica da empresa recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite anterior e estava ampliando a capacidade de atendimento.

Abastecimento de água

A falta de luz na Grande SP ainda afeta o abastecimento de água em várias cidades da região nesta segunda (14), segundo a Sabesp.

Segundo a empresa, a interrupção do fornecimento de eletricidade afeta o funcionamento de estações elevatórias e boosters, equipamentos que transportam a água para locais mais altos.

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