Superlotação, falta de medicamentos e pacientes aguardando no corredor; Coren-PE realiza fiscalização no Hospital Regional do Agreste

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) fez uma fiscalização no Hospital Regional do Agreste (HRA) na manhã desta sexta-feira (6), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Segundo os fiscais, pacientes em macas espalhadas pelos corredores, idosos aguardando leitos e superlotação foram alguns dos problemas identificados no hospital que é um dos maiores do interior do estado.

Segundo o Coren, várias pessoas contaram relatos sobre os problemas da unidade hospitalar e a demora que eles estão vivendo para receber o atendimento. Maria Soares, uma idosa de 75 anos, disse que deu entrada no HRA na quarta-feira (4) e aguardava atendimento até hoje.

“Desde que cheguei, me colocaram aqui no corredor, pois disseram que não havia leito. É um absurdo, mas infelizmente não temos o que fazer", lamentou a idosa.

Já um outro paciente, de 33 anos, está se recuperando de uma cirurgia no maxilar após um acidente. Na última quarta-feira, o agricultor foi diagnosticado com uma infecção hospitalar, depois de procurar a unidade por sentir muitas dores. Segundo o Coren, desde que deu entrada, o homem foi colocado em uma maca nos corredores.

Além dos pacientes nos corredores, os fiscais do Coren-PE identificaram problemas em outros setores da emergência. Na ala verde, espaço que deveria comportar no máximo 26 pacientes, possuía 42 durante o período de inspeção realizado pela autarquia. Alguns pacientes estavam sem identificação, o que pode acarretar complicações, como troca de medicação e falhas no atendimento.

Além disso, alguns pacientes se encontravam em macas baixas, o que dificulta o atendimento realizado pelas equipes de saúde.

“Outro problema que identificamos foi a falta de duas medicações: hidralazina e sorcal, utilizadas no controle da hipertensão e em pacientes com baixo nível de potássio, respectivamente. Foram encontradas também medicações misturadas, lixo infectante pelo chão e limpeza precária. Quanto à estrutura, a ala verde é dividida em duas salas, mas possui apenas um banheiro para uso dos pacientes. Além disso, devido à superlotação, não há separação por gênero. Já na ala amarela, segundo os profissionais, alguns pacientes chegaram a aguardar 30 dias para serem internados", detalhou a Dra. Ivana Andrade, chefe do Departamento de Fiscalização do Coren-PE.

Já na ala vermelha, a equipe identificou insuficiência e inexistência de registros realizados pela equipe de enfermagem, que pode prejudicar o acompanhamento correto dos pacientes. O setor também apresentava problemas de lotação. O espaço possui capacidade para 13 atendimentos simultâneos, mas durante a ação foram identificados 17 pacientes.

Ivana Andrade também informou que notificou a instituição para que seja elaborado um planejamento de enfermagem com o dimensionamento adequado de pessoal. Além disso, um relatório foi encaminhado aos órgãos, como a Vigilância Sanitária e o Ministério Público de Pernambuco.

Por meio de nota enviada para produção a direção do HRA disse que nos últimos dias a unidade tem identificado um maior número de pacientes. A direção também esclareceu que as escalas dos profissionais foram reforçados para manter a assistência adequada.

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