Senado deve votar nesta terça (4) projeto que inclui imposto de 20% sobre importados de até US$ 50
O Senado
marcou para esta terça-feira a votaçao do projeto de lei que retoma o Imposto
de Importação sobre as compras internacionais em plataformas de comércio
eletrônico estrangeiras de até US$ 50 (R$ 262), definido como prioridade pelo
presidente do Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Na semana
passada, a Câmara dos Deputados aprovou uma alíquota de 20% para as encomendas
nesse valor com a inclusão de um “jabuti” no texto que trata do programa Mover,
de incentivos ao setor automotivo.
Atualmente,
as compras de até US$ 50 só pagam ICMS (17%). Pacotes que ultrapassem esse valor
são tributados também com imposto de importação de 60%.
A alíquota
de 20% foi um meio-termo encontrado entre os partidos e o governo para a
chamada “taxação das blusinhas”, como ficou popularmente conhecida, que opõe as
empresas do varejo nacional e as plataformas estrangeiras
Se
confirmada, a taxa deve afetar cerca de R$ 1 bilhão em encomendas que chegam ao
Brasil por mês, segundo cálculos do GLOBO a partir do último relatório do
programa Remessa Conforme, criado pela Receita Federal para evitar a sonegação
de impostos.
Shein e
AliExpress estimam que a alíquota real sobre seus produtos deve subir de
aproximadamente 20% para 40%. Já Shopee avaliou que o texto traz equidade, algo
também destacado pelas varejistas brasileiras.
Ainda que
integrantes do governo argumentem que a medida seja para regular a concorrência
e não arrecadatória, a retomada da tributação deve irrigar os cofres públicos
com R$ 1,3 bilhão este ano, se adotada a partir de julho, e até R$ 2,7 bilhões
em 2025, nas contas da Warren Rena.
Conteúdo
local
Outro tema
inserido no Mover foi o que fixa a exigência de conteúdo local nas atividades
de exploração das petroleiras.
Atualmente,
já existem parâmetros para conteúdo local na produção de petróleo e gás, mas
eles são fixados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) — órgão
de ministros do governo chefiado pela pasta de Minas e Energia — e pela
(Agência Nacional de Petróleo (ANP) de acordo com as características do
projeto.
O texto
aprovado na Câmara determina uma fixação de um percentual obrigatório de
compras de equipamentos brasileiros por lei. Pelo projeto, o conteúdo local
mínimo obrigatório a ser exigido em licitações de blocos para a exploração e
produção de petróleo e gás natural sob regime de partilha de produção, que rege
os campos do pré-sal, deve ser de 20% na fase de exploração e de 30% na de
construção de poço, entre outras exigências. No regime de concessão, ou seja,
fora do pré-sal, será de 50% nas principais etapas do projeto.