Professores da UFPE, da UFRPE e do IFPE rejeitam proposta do governo federal e decidem manter greve

Os professores das universidades Federal (UFPE) e Federal Rural (UFRPE) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) decidiram manter a greve das categorias após assembleias realizadas desde quinta-feira (23). A paralisação, que faz parte de um movimento nacional, dura quase um mês.

No estado, as aulas nas três instituições estão suspensas desde 29 de abril, quando os docentes da UFRPE aderiram à greve, que já contava com a adesão das outras categorias. Entre as reivindicações, estão a reestruturação das carreiras e a recomposição salarial e orçamentária, além da revogação de medidas tomadas nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

As assembleias dos professores da UFPE e do IFPE aconteceram na sexta-feira (24). Já a dos docentes da UFRPE foi realizada na quinta (23). O Ministério da Educação (MEC) disse que "estará sempre aberta ao diálogo, franco e respeitoso, pela valorização dos servidores".

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) respondeu a nossa reportagem, dizendo que apresentou uma nova proposta de reajuste às categorias de servidores federais da educação, dividida em duas parcelas, que resultariam em "ganho acumulado" entre 28% e 43%, em quatro anos; dependendo da categoria, do tempo de carreira e da titulação, considerando o reajuste de 9% concedido em 2023.

Informou também que "em 2024, todos os servidores receberão auxílio-alimentação de 1 mil reais; segundo o MGI, "um aumento de mais de 150% em relação ao governo anterior".

Os trabalhadores se reuniram em assembleias e rejeitaram a nova proposta, recusando o parcelamento do reajuste, que só seria aplicado a partir de janeiro do ano que vem.

Além disso, segundo a Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), a gestão federal prometeu aumentar em R$ 347 milhões o orçamento da instituição, valor considerado baixo pela categoria.

De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), 965 profissionais votaram contra a proposta, enquanto 546 se declararam a favor, com 37 abstenções.

Já na assembleia da UFRPE, o resultado foi de 114 votos favoráveis à continuidade da greve e três, contrários. A proposição também foi rejeitada na reunião dos professores do IFPE.

Já aconteceram cinco rodadas de negociação entre as entidades que representam os trabalhadores da educação federal. As últimas aconteceram em 15 de maio (professores) e em 21 de maio (técnicos administrativos).

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