Calor aumenta preço de alimentos e eletrônicos e pode impactar a conta de luz

Os brasileiros estão sentindo na pele os efeitos da onda de calor extremo que castiga boa parte do país. Mas, além das implicações físicas, as altas temperaturas têm impacto em outro ponto que preocupa consumidores: o bolso.


Alimentos e eletrodomésticos, como ar-condicionado e ventilador, registraram aumento nos preços, de acordo com dados de outubro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A conta de luz também pode ficar mais cara em breve devido ao aumento do consumo, avaliam especialistas.


O preço do ar-condicionado subiu 6,09%, indica o IPCA, maior valor desde outubro de 2010, quando o custo do eletrodoméstico que gela o ar teve alta de 10,54%. Já o ventilador teve variação de 0,20% para cima. A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) aponta aumento de 38% nas vendas de aparelhos de ar-condicionado somente no segundo semestre do ano.


As refeições também estão pesando mais no bolso do brasileiro, segundo o último IPCA. A inflação de alimentos e bebidas ficou em 0,31%, impulsionada pela alta nos preços da batata-inglesa (11,23%), da cebola (8,46%), das frutas (3,06%), do arroz (2,99%) e das carnes (0,53%).


O especialista em finanças e investimentos Hulisses Dias explica que o clima tem relação direta com a elevação.


“A gente está vendo essas secas que estão acontecendo, queimadas na Amazônia, gerando bastante desequilíbrio, e isso vai afetar as safras que a gente tem no agronegócio”, avalia. “Conforme esse risco vai aumentando e a previsibilidade diminui, os produtores têm que aumentar os preços”, complementa Dias.


De acordo com o especialista, há ainda outros fatores atrelados à alta. “O transporte também impactou bastante a inflação no último mês, e isso pode impactar alimentos. Ou seja, temos que ter muito cuidado com a volta da inflação”, pontua.


“O governo precisa ser radical para combater isso, através das ferramentas que ele tem, que é: controle dos gastos do governo, juros, com a política monetária e também decidir sobre a reforma tributária, que causa incerteza no mercado e acaba aumentando o custo.”


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