Crédito consignado contratado por aposentados e pensionistas do INSS bate recorde histórico

O volume do crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) bateu recorde em junho, com um total de R$ 211,7 bilhões contratados. De acordo com dados do Banco Central, é o maior número já registrado na modalidade de empréstimo para esse público. Nos últimos 12 meses, o valor total aumentou 18%. Em junho de 2021, era de R$ 180 bilhões.


A modalidade é concedida a quem tem salário, aposentadoria ou pensão creditado em conta-corrente. Pelo fato de o valor ser descontado diretamente na folha de pagamento ou na aposentadoria do cliente, trata-se de uma opção de empréstimo fácil e com uma das menores alíquotas do mercado. A taxa-limite é de 2,14% ao mês para o empréstimo pessoal consignado e de 3,06% ao mês para o cartão de crédito.


Segundo a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), o aumento da margem de percentual disponível para 45%, sendo 5% de cartão de crédito, facilitou e permitiu mais empréstimos.


"No entanto, é preocupante, uma vez que o valor mensal do benefício estará reduzido quase pela metade, o que dificultará a subsistência dessas pessoas e trará ainda mais pobreza", afirma a presidente do IBDP. 


Outro risco é o aposentado acabar endividado por tomar empréstimo pressionado por familiares ou conhecidos. "A maioria dos empréstimos é para a família da pessoa idosa e não para ela própria, o que a deixa ainda mais desamparada e vulnerável", alerta Adriane.


Desde 2020, para enfrentar a pandemia, o governo federal tem editado medida provisória para aumentar o limite de 35% para 40%, para que aposentados e pensionistas do INSS contratem crédito consignado com base no valor do benefício.


Neste ano, uma nova medida ampliou a margem do crédito para 45%, além de autorizar essa modalidade de empréstimo aos que recebem BPC (Benefício de Prestação Continuada), RMC (Renda Mensal Vitalícia) e Auxílio Brasil.


A medida permite comprometer até 45% da renda com um empréstimo. Com isso, a orientação é redobrar os cuidados para se beneficiar da medida sem aumentar o endividamento das famílias.


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