Alta dos combustíveis impulsiona produção e venda de motocicletas

A alta desenfreada da gasolina nos últimos meses foi decisiva para muitos motoristas trocarem o carro pela motocicleta. A movimentação impulsionou a produção e a venda dos veículos de duas rodas, além da emissão de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de categoria A, destinada a motociclistas.



De acordo com dados da Abraciclo e da Fenabrave, que acompanham o desempenho do setor, 327.139 motocicletas foram produzidas e 274.766 emplacadas somente nos três primeiros meses deste ano. Os números são, respectivamente, 15,7% e 33,7% maiores do que os registrados no primeiro trimestre do ano passado.


Os dados positivos do setor são justificados pela disparada no preço dos combustíveis e a busca por um modal que permite deslocamentos mais baratos. Somente nos últimos 12 meses, o preço médio cobrado pelo litro da gasolina nos postos saltou 33%, de R$ 5,426 para 7,219. Ao mesmo tempo, o valor do etanol subiu 39,5%, de R$ 3,758 para R$ 5,241, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).


“Com o combustível mais caro, temos observado muitas pessoas migrando do carro para o segmento de duas rodas. Além disso, as motos já se consolidaram como instrumento de trabalho, como serviços de entrega”, destaca o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), José Maurício Andreta Jr.



A avaliação é partilhada por Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Ele prevê a manutenção da demanda aquecida ainda pelos próximos meses. “A elevação nos preços dos combustíveis tem levado mais pessoas a olharem para a motocicleta como uma alternativa", afirma.
“A procura pelas motocicletas cresceu muito durante a pandemia, com o aumento dos serviços de entrega e o maior uso nos deslocamentos urbanos para evitar a aglomeração do transporte público. A motocicleta é um veículo ágil, econômico, com preço acessível e baixo custo de manutenção”, complementa Paulo Takeuchi, diretor executivo da Abraciclo.


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