PE: Polícia desarticula pirâmide que movimentou R$ 26 mi em um ano; vários servidores foram lesados
Um esquema
de pirâmide que fez cerca de 200 vítimas, a maioria servidores públicos, foi
alvo da Operação Miquerinos, desencadeada pela Polícia Civil de Pernambuco.
Segundo a corporação, os envolvidos movimentaram cerca de R$ 26 milhões nos
últimos 12 meses com o crime de estelionato.
A operação
foi deflagrada na última quinta-feira (10) e os detalhes foram apresentados
nesta segunda-feira (14) em entrevista coletiva, no Recife. Ao todo, foram
cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, nas cidades de Paulista e
Garanhuns, Região Metropolitana do Recife e Agreste, respectivamente.
Na coletiva,
o titular da Delegacia de Estelionato, Edmilson Batista Ferreira Júnior,
explicou que as investigações tiveram início em dezembro do ano passado, quando
algumas vítimas procuraram prestar queixa.
"A
partir daí, a gente se depara com todas as características de uma pirâmide
financeira, mais uma", explicou, ao detalhar as ações policiais.
Foram
apreendidos computadores, documentos e aparelhos celulares. A polícia também
deu cumprimento a medidas de afastamento de sigilo fiscal e bloqueio de bens e
valores dos investigados. Nos endereços dos alvos, foram apreendidos documentos
e mídias eletrônicas relacionadas aos fatos denúnciados.
O modus
operandi do grupo consistia em prometer aos lesados um lucro de 30% mensal a
partir do valor investido.
"Esse
esquema tinha como principal atrativo para as vítimas o percentual. Ele
celebrava contrato com as vítimas prometendo um retorno de 30% num espaço de 30
dias, é algo inimaginável no mercado financeiro", acrescentou o delegado
Edmilson.
"Ainda
assim, muitas pessoas acreditaram, temos mais de 100 vítimas, em sua maioria
servidores públicos, que investiram e perderam", continuou o delegado.
Segundo
Edmilson, o dinheiro foi movimentado na conta de uma única pessoa, apontada
pela polícia como o mentor do grupo. "É o principal investigado.
Observamos que em um espaço de 12 meses ele movimentou a entrada e saída de
aproximadamente R$ 26 milhões", completou.
Esse líder
do grupo não foi preso porque, segundo o delegado, a operação ainda está na
fase de investigações.
As primeiras
vítimas, acrescenta o delegado, conseguiram receber os 30% prometidos e a
partir de então começaram a comunicar a colega o esquema.
"Ele se
dizia analista e especialista no mercado financeiro. O crime de estelionato
passa necessariamnte por uma trama criminosa. Ele apresentava carros caros, um
padrão de vida elevado, chegou a ter carro de R$ 500 mil. Se apresentava na
rede social gerando uma imagem de pessoa bem-sucedida, de um investidor
bem-sucedido e as pessoas começavam a acreditar", fnalizou.
"A
gente chama a atenção da população para que não acredite nessas promessas de
lucro rápido, alto, fácil", alerta a delegada ajunta da Delegacia de
Repressão ao Estelionato, Ana Catarine de Lima Cavalcanti.
Para
denunciar, o cidadão pode procurar qualquer Delegacia de Polícia para prestar
queixa. "Quando o prejuízo financeiro for acima de 40 salários mínimos
procurar a Delegacia de Estelionato", completou a delegada.
A
investigação, segundo a Polícia Civil, irá prosseguir para identificar outros
responsáveis e tentar reparar e/ou minorar os prejuízos das vítimas.