Policiais civis suspendem greve, mas anunciam que vão trabalhar em 'ritmo mais lento'
Após nove
dias de paralisação, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) anunciou, nesta
quarta (23), a suspensão da greve. Após uma uma passeata no Centro do Recife a
entidade informou que os profissionais rejeitaram a proposta de aumento
salarial feita pelo governo. A categoria disse, no entanto, que a ideia é
desempenhar as funções em ritmo "mais lento" em
"operação-padrão".
A manifestação
ocorreu no dia em que o governo enviou para a Assembleia Legislativa de
Pernambuco (Alepe) um projeto de lei com a proposta de aumento salarial de até
20%. Esse percentual tinha sido rejeitado pela categoria na segunda (14), dia
da deflagração do movimento.
Os policiais
se concentraram na frente do sindicato, por volta das 15h. Eles seguiram pelas
ruas centrais da cidade, como a Avenida Cruz Cabugá. No início da noite,
realizaram um ato na frente da Alepe.
O g1
perguntou para a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) se havia sido
registrado engarrafamento, mas não obteve retorno até a última atualização
desta reportagem.
Diante da
apresentação da proposta de reajuste salarial, o presidente da entidade, Rafael
Cavalcanti, afirmou que a categoria “decidiria” os rumos da paralisação, após a
passeata.
Depois do
ato, os integrantes da direção do Sinpol se reuniram para traçar as diretrizes
do movimento, a partir da rejeição da proposta de reajuste e do fim da
paralisação.
Por
telefone, Rafael Cavalcanti informou ao g1 que a greve foi suspensa por causa
do alto valor da multa arbitrado pela Justiça, que foi de R$ 300 mil por dia.
Como a
categoria rejeitou a proposta salarial, segundo ele, a ideia é manter a
mobilização nas delegacias, no Instituto de Medicinal Legal (IML) e no
Instituto de Identificação tavares Buril (IITB), responsável pela confecção das
carteiras de identidade.
O presidente
do Sinpol disse, ainda, que os policiais ão trabalhar nas delegacias, mas vão
exigir o cumprimento "de todas as normas legais".
"Não
vamos mais fazer o trabalho que não está previsto em lei. Os delegados vão ter
que comandar os inquéritos, de fato, e os policiais só vão sair para as
investigações com as ordens assinadas", afirmou.
Cavalcanti
disse que os boletins de ocorrência voltarão a ser registrados normalmente. No
IML, a "operarão-padrão" manterá o ritmo de liberação de corpos, um
por vez e, provavelmente, após o meio-dia.
No IITB, as
carteiras de identidade voltarão a ser liberadas, mas" só depois de todos
os exames serem realizados, sem pressa".
Sobre as
negociações com o governo, o sindicato disse que esse tipo de operação não tem
prazo para acabar. "Vamos esperar que o estado reveja a proposta
salarial", declarou.
Os policiais
alegam que estão sem salário reajustado pelo índice de inflação desde 2019. Ou
seja, um período sem "aumento real".
(Fonte G1 Pernambuco)