Monge defende peça com Jesus trans, após polêmica em Pernambuco

  • Ex-secretário do arcebispo emérito de Olinda e Recife Dom Helder Câmara, o monge beneditino pernambucano Marcelo Barros defendeu a peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, encenada por uma atriz transgênero e que foi marcada por polêmica no Festival de Inverno de Garanhuns, no Agreste.
  • O monge afirmou, em carta postada nas redes sociais, que o espetáculo transmite o amor universal pregado por Cristo. Em entrevista ao G1, nesta quinta-feira (2), Marcelo Barros, de 73 anos, explicou que crê no Jesus que se identifica com todos os que sofrem discriminações sociais e são mal vistos pela sociedade.

  • “Se é para falar de Deus, é para falar de amor. Ele é universal, é inclusão. Se não for assim, é melhor ser ateu”, disse.
  • Para o monge beneditino, é necessário analisar o que levou a população a entrar em uma onda de intolerância e radicalismo nos aspectos político, social e religioso. “Vivemos a cultura do ódio, que não admite o pluralismo. É justamente sobre isso que devemos pensar”, apontou.
  • Na carta, endereçada aos cristãos de Garanhuns, Barros se coloca como um amante do evangelho. Ele diz que não teve a oportunidade de assistir ao espetáculo, encenado pela atriz Renata Carvalho, mas questiona o fato de autoridades tentarem impedir a apresentação, falando em nome da religião. A peça foi alvo de ações judiciais e chegou a ser cancelada.
  • O monge beneditino afirma que, independentemente da peça, “Jesus se revela presente mais na figura da atriz transexual, que transmite o amor universal que ele pregou, do que nos mantenedores de uma sociedade injusta que o papa Francisco chama do “descarte” e da indiferença para com o outro.”
  • No texto, Barros cita trechos da Bíblica para justificar o posicionamento. “Pouco importa a motivação, se Cristo está sendo anunciado, eu me alegro com isso” (Paulo aos filipenses 1, 18).
  • O monge ressalta, ainda, as mensagens de solidariedade e de luta contra a exclusão: “Aos professores da Bíblia que se julgavam mais perto de Deus, Ele chegou a dizer: os cobradores de imposto e as prostitutas chegarão antes de vocês no reino dos céus’ (Mt 21, 31)”, salientou Barros.
  • Marcelo Barros também diz no texto que a apresentação em outras localidades foi encarada de uma forma bem diferente. “Durante meses, essa peça foi encenada na nave de uma Igreja evangélica em Curitiba e todos os que a viram saíram da experiência comovidos pela sua mensagem de amor universal”, disse.

Categoria:Noticias

Deixe seu Comentário


Joel - 03/08/2018 09h46
Uma pessoa que diz amar o Evangelho e defende uma aberração dessa!!!!! Seu monge vc não me representa.